sábado, 15 de setembro de 2012

10 coisas que você deve saber sobre passistas





Quem apenas observa eles dançando imagina que ser passista seja algo totalmente informal, sem regras, mas na prática não é bem assim. Ser passista não é algo simples não, exige dedicação e muita perseverança. As alas de passistas poderiam ser quesitos, mas mesmo não representando pontuação em separado são muito valorizadas pela comunidade e concorridas. Aqui, O Carnaval Delas apresenta algumas curiosidades sobre as alas de passistas.

1. Logo no início, lá pelos anos 30 e 40, as primeiras alas eram masculinas, nessas alas desfilam apenas 4 mulheres: a rainha, duas princesas e a madrinha. Até a década de 80 os passistas desfilavam em duplas ou trios entre alas ou carros alegóricos;

2. O termo "passista" passa a ser empregado a partir da década de 50 e a primeira menção escrita é de 1971;



3. Tradicionalmente, a roupa do passista era individual/exclusiva, cada um confeccionava a sua roupa individualmente, buscando otimizar a sua passagem na avenida - fazia parte do "show" criar expectativa no público sobre a roupa que cada passista vestiria - ao contrário das padronização atual;

4.  A preferência por corpos mais magros não é puramente estética, mas está relacionada à performance - espera-se que passistas mais leves sejam mais habilidosos e tenham mais fôlego;

5. Além do samba no pé, que é cobrado de todos, passistas femininas devem apresentar graça e rebolado e dos passistas masculinos cobra-se também agilidade;



6. Passistas precisam saber o exato momento de rebolar, fazer uma pose ou "soltar" o samba no pé, devem formar uma unidade com a bateria;

7. O samba de um passista deve ser interativo: samba-se para a bateria, para outro passista, para o público - não se samba para si mesmo;



8. Cada passista deve desenvolver um estilo próprio de sambar - evitando cópias;

9. A performance do passista deve ser aberta e relacional. Aberta por ser espontânea, não é pré-definida, eventualmente admite coreografia e relacional devido a interação que deve existir com a música, com o público ou outro elemento;

10. Em determinado momento, os passistas já foram chamados de "palhaços", esse apelido deve-se às brincadeiras (caras e trejeitos) que faziam para algum desafeto que encontrassem na platéia. Na execução do seu samba, ele usava entre os seus passos a "palhaçada" para constranger um inimigo sem perder a graça, elegância ou destreza dos seus movimentos. Daí a teatralidade que é utilizada no samba em alguns momentos.



Fonte: 
Estudo Antropológico de Simone Toji